Foto: Tarciso Augusto/GCom Semas-PE

Iniciativa auxilia no aumento da cobertura vegetal, na redução da temperada média local, absorção do Dióxido de Carbono e mitigação dos efeitos da mudança climática

O desmatamento e a degradação de grandes áreas são um dos maiores desafios nos esforços para a preservação e conservação dos ambientes na redução dos impactos negativos sobre eles. A grande maioria dos especialistas e autoridades ambientais defendem o florestamento e o reflorestamento em larga escala como uma das principais iniciativas para conter o processo de degradação e acelerar a recuperação ambiental em diversas áreas.

O reflorestamento, ponto que tem estado na pauta por muito tempo, é caracterizado pelo processo de repovoar, de forma consciente e adequada, ambientes que sofreram uma redução significativa na cobertura vegetal. Essa diminuição é provocada, na grande maioria das vezes, por ações antrópicas (dos seres humanos), especialmente pela expansão urbana, atividades agrícolas e pecuárias inadequadas. Em algumas ocasiões, as causas também podem ser naturais.

“O Plantio Florestal consiste no povoamento de áreas, com espécies florestais, que em sua grande maioria, contribuem diretamente na preservação ou conservação da biodiversidade, beneficiam o fluxo gênico nos ecossistemas e biomas e auxiliam na proteção de recursos hídricos, desde que feito de maneira ajustada”, explica Gustavo Lima, Engenheiro Florestal, lotado na Gerência Geral de Biodiversidade e Florestas (GGBF) da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE).

Gustavo destacou um conceito que pode parecer idêntico ao do reflorestamento, mas que possui aplicações distintas. O ‘Plantio Florestal’, ou simplesmente ‘Florestamento’, já destacado por ele, é um conceito que gira em torno do plantio, que pode ser realizado com diversas espécies da flora, em regiões que não contavam com uma área plantada recentemente. O reflorestamento, por outro lado, está voltado ao plantio de árvores em regiões que possuíam, previamente, um extenso abrigo da flora e passaram por algum processo de degradação.

O poder de permeabilidade e de absorção do Dióxido de Carbono (CO²), um dos gases responsáveis pelo aumento do “efeito estufa”, são alguns dos principais benefícios pontuados por Gustavo. Segundo ele, a cobertura vegetal atua como uma ‘esponja’ que absorve a água da chuva e facilita a infiltração e a percolação dela no solo, direcionando-a aos aqüíferos e lençóis freáticos, que são camadas de água localizadas no subsolo essenciais para a recarga de nascentes, rios, lagos e atividades agrícolas.

“A vegetação arbórea funciona como uma ‘esponja’, permitindo que a água da precipitação pluviométrica (chuva) infiltre no solo, facilitando o trajeto até arquitetos e lençóis freáticos, permitindo que as nascentes sejam perenes (permanentes) e possam seguir sua trajetória aos rios”, ressalta.

Além disso, destacou a importância da cobertura vegetal junto ao processo denominado de ‘evapotranspiração’. Esse conceito biológico consiste na junção da transpiração das árvores com a evaporação da água presente no solo, essenciais para a realização do ciclo da água por fornecê-la à atmosfera. 

As árvores também são responsáveis por um processo conhecido como “sequestro de CO²”, que, como o nome já sugere, está relacionado à alta capacidade da cobertura vegetal de absorver o gás, reduzindo a sua concentração na atmosfera. Essa característica, aliada a outros fatores, torna possível a formação de áreas com condições atmosféricas diferentes do clima exterior, como temperaturas mais baixas e uma melhor qualidade do ar, denominadas como ‘microclima’. Por isso, como destaca Gustavo, as áreas reflorestadas são instrumentos fundamentais na atenuação dos impactos das mudanças climáticas.

Para ele, o trabalho de informação com a população, em diversas faixas etárias, é essencial para a sensibilização e conscientização ambiental, acerca da importância dos plantios florestais, incentivando e engajando a sociedade civil na temática.

“O incentivo para plantios florestais pode ser aguçado por meio do trabalho de informação ambiental, desde as primeiras idades até as pessoas mais idosas. Sempre explicitando os benefícios do ambiente com áreas arborizadas, sejam na zona urbana ou não. Se faz necessário o link destes benefícios em regiões com árvores e as consequências, prejuízos e impactos negativos em áreas desprovidas delas”, finalizou.