
Cerca de 40 pessoas participaram, nesta quinta-feira (31), na Estação Ecológica (ESEC) Caetés, em Abreu e Lima, da Oficina de Diagnóstico Participativo do Agrupamento Metropolitano Norte, promovida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS). Na ocasião, discutiram, junto com a equipe do Programa UC Pernambuco, sobre a realidade de três Unidades de Conservação (UCs), localizadas nos municípios de Abreu e Lima e Paulista: Florestas Urbanas (FURB) Mata de São Bento, Mata de Jaguarana e Mata do Janga.
Os participantes, entre eles moradores, pescadores, ambientalistas, donos de propriedades, pesquisadores, lideranças comunitárias e gestores, repassaram informações importantes sobre as UCs, que ajudarão a equipe do Programa na elaboração dos Diagnósticos Socioambientais, além de subsidiar as demais etapas do projeto, apontando elementos fundamentais para os Planos de Manejo de cada uma das FURB. Além disso, também serão realizados estudos que apontem oportunidades de criação de corredores ecológicos para essas áreas. O Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) é organização contratada para executar o Programa e, neste Agrupamento, conta com a parceria da Sistêmica Consultoria.
Para Dona Ernestina Freitas (36), representante dos moradores da FURB Mata de São Bento, em Abreu e Lima, a oficina é um espaço importante para que as pessoas que vivenciam o dia a dia das Unidades de Conservação, possam opinar sobre os problemas enfrentados e, acima de tudo, junto com o Poder Público, encontrar formas de promover o desenvolvimento sustentável nessas áreas. “Temos que achar soluções que contemplem todos os envolvidos, mas sempre com o intuito de preservação dos nossos recursos naturais”, afirmou.
Mostrando-se muito preocupada com o futuro da Mata de São Bento daqui pra frente, Dona Ernestina, que vem acompanhando, desde o começo, todo o processo do Programa UC Pernambuco, apontou alguns problemas enfrentados pelos moradores da comunidade, que, na sua maioria, sobrevivem da agricultura familiar e da pesca artesanal do marisco e do sururu. Entre eles, está a falta de infraestrutura para o escoamento da produção, onde alguns produtores precisam andar quilômetros até a feira de Abreu e Lima para vender seus produtos.
“Em função disto, alguns moradores se sentem desestimulados e vendem suas propriedades na busca por uma melhor qualidade de vida no centro”, desabafou. “Isto sem contar no esgoto que é jogado no rio, em função do crescimento desordenado na área, prejudicando a atividade da pesca”, finalizou Ernestina.
PROGRAMA – O Programa UC Pernambuco é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e recebe recursos provenientes da compensação ambiental arrecadados pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), órgão responsável pelo gerenciamento das Unidades de Conservação no Estado. O objetivo é a promoção de soluções integradas no que diz respeito à gestão ambiental de UCs. Ao todo, serão contempladas 47 Unidades, distribuídas por 35 municípios, localizadas em áreas dos biomas Caatinga e Mata Atlântica e ecossistemas associados, que estão divididas em agrupamentos para execução do Programa.
FURB MATA SÃO BENTO – A Unidade de Conservação está localizada no município de Abreu e Lima e possui uma área de 109,6 hectares. Constituída pelo remanescente de Mata Atlântica, apresenta como critérios de preservação, a proteção da zona estuarina do Rio Timbó e a proteção do relevo e do solo.
FURB MATA DO JANGA – Localizada no município de Paulista, a UC é constituída pelo bioma Mata Atlântica e pelo ecossistema Mangue, numa área de 132,24 hectares. Situa-se próximo à foz do rio Paratibe e do Canal das Tintas, fazendo parte da Bacia Hidrográfica do Rio Paratibe e do ambiente costeiro de Pernambuco. Apresenta como critérios de preservação, a proteção da zona estuarina do Rio Paratibe e a proteção da qualidade ambiental urbana.
FURB MATA DE JAGUARANA – Localizada no município de Paulista, possui uma área de 332,28. É constituída por vegetação da Mata Atlântica stricto sensu (Floresta Ombrófila Densa) e encontra-se em estágio médio de regeneração, segundo a Resolução CONAMA n° 31. A Unidade possui como critérios de preservação, a proteção da qualidade ambiental urbana e a proteção do relevo e do solo.