Evento on-line que reuniu ativistas ambientais, estudantes, pesquisadores e moradores das UCs, integra as atividades de IV Semana das Unidades de Conservação da Natureza, promovida pela Semas e Agência CPRH

Eles são jovens e desempenham um papel fundamental quando o assunto é engajamento e compromisso com as causas ambientais e ações voltadas para a conservação da biodiversidade. E para contribuir e trocar experiências voltadas às unidades de conservação inseridas no território de Pernambuco, 46 jovens – representantes de 17 municípios do estado – participaram, de forma on-line, do I Encontro de Juventudes em Unidades de Conservação de Pernambuco (EJUC/PE). O evento foi realizado nesta quarta-feira (18/11), pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PE) e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

A abertura foi realizada por Alexandre Ramos, assessor da Semas, tendo como convidados Pamella Nogueira, da Rede de Jovens Líderes em Áreas Protegidas (Rellac – Joven); Maria Clara Nascimento, agente ambiental da ESEC Caetés; Tarciso Borges, agente ambiental do RVS Gurjaú; Frances Andrade, da ONG Engajamundo, além de Roberta Cruz, analista da Agência CPRH. A mediação foi de Edneida Cavalcanti, pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco.

Com o tema “Juventude e biodiversidade: ação presente nas unidades de conservação”, o encontro reuniu jovens que atuam, vivem ou trabalham em 24 territórios protegidos, sejam unidades de conservação municipais, estaduais e federais, entre elas a Reserva Biológica de Saltinho, em Tamandaré, e a Área de Proteção Ambiental (APA) de Santa Cruz, no litoral norte do estado. Houve também durante os debates em grupo, o engajamento de jovens que atuam em áreas protegidas localizadas em três estados do Nordeste: Piauí, Maranhão e Sergipe.

“Nosso objetivo foi articular essas juventudes, que debateram sobre os temas: desafios de ser jovem e viver em UC; a educação ambiental e a participação juvenil na vida das UCs; juventude e conhecimento nas UCs; o protagonismo juvenil e a articulação: do local ao global. Tiramos como encaminhamentos a proposta de novos encontros, coordenados por ONGs, coletivos ou pelos próprios jovens, além da elaboração de uma carta ou declaração reunindo todas as propostas apresentadas nos debates realizados nos grupos de trabalho”, ressaltou Alexandre Ramos.

Ação no país e no mundo – Pâmella Nogueira falou da importância da Rede de Jovens Líderes em Áreas Protegidas e Conservadas da América Latina e Caribe (Rellac-Joven), da qual ela faz parte, e que atua “apoiando projetos e contribuindo com ações dando voz aos jovens”.

Como exemplo da atuação da rede, ela destacou o documento intitulado “Declaração dos Jovens”, que foi apresentado em 2019, ao final do III Congresso de Áreas Protegidas da América Latina e do Caribe”, reivindicando que “os governos criem espaços e condições para garantir a participação efetiva dos jovens na tomada de decisão para garantir a conservação da natureza e para a melhoria da qualidade de vida da população”.

Já Frances Andrade, da organização não governamental (ONG) Engajamundo, atua nos diferentes contextos de juventudes em todo o território brasileiro, com ações voltadas para comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas e centros urbanos.

“A nossa ação em 2020 e para 2021 no grupo de trabalho de biodiversidade que eu coordeno é voltada para ações que apoiem o atingimento da Convenção sobre Diversidade Biológica, especialmente a meta voltada para a educação ambiental. Como ainda não atuamos diretamente com as unidades de conservação, deixo aqui um espaço aberto para criação de uma rede de articulação nas UCs”, convocou Frances.

Para Edneida Cavalcanti, pesquisadora da Fundaj com atuação nas áreas de educação ambiental, áreas protegidas e inclusão social, “a importância das falas dos jovens presentes ao Encontro, demonstram estratégias de articulação envolvendo as juventudes em escalas macrorregional, como América Latina e Caribe, e nacional, permitindo que as discussões tenham mais chance de envolver e chegar a mais jovens, de forma mais articulada e sistêmica”.

Texto: Flávia Cavalcanti
Imagens: Lu Rocha e Flávia Cavalcanti