
Na reta final para a conclusão, a versão do Plano de Descarbonização apresentado no Fórum Pernambucano de Mudança do Clima trás um modelo de desenvolvimento com economia sustentável e geração de empregos
A última etapa para a finalizar o plano de descarbonização do estado foi apresentada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas/PE), na manhã desta quarta-feira, 23, na 6ª Reunião Extraordinária do Fórum Pernambucano de Mudança do Clima (FPMC). A partir desta reunião, a sociedade poderá contribuir, por meio de formulário online, que deverá ficar no ar durante 15 dias neste endereço https://semas.pe.gov.br/plano-de-descarbonizacao-de-pernambuco-contribuicoes/.
No evento, que ocorreu de maneira virtual, foram realizadas explanações sobre a modelagem mais atual do plano, além da trajetória que o estado deve percorrer para alcançar as metas de descarbonização, apontadas para cada setor produtivo, ou seja, as medidas mais eficazes a serem pactuadas para que Pernambuco alcance a neutralidade carbônica até 2050, compromisso assumido pelo governador Paulo Camara na COP-26.
O encontro, coordenado pela superintendente de Sustentabilidade e Clima da Secretaria de Meio Ambiente do estado, Samanta Della Bella, contou com a participação do titular da Semas, José Bertotti, que preside o FPMC, o Secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Geraldo Júlio, o Coordenador Técnico do plano, Fábio Teixeira, além de um dos consultores do projeto, Eduardo Baltar. Na ocasião os especialistas apresentaram, por meio de slides, Medidas & Soluções Tecnológicas, Metas, Barreiras e Ações para implementação do plano por eixo estratégico/setor da economia. Entre os segmentos analisados, estiveram o de Energia & Indústria, Transportes, Resíduos e Agricultura, Florestas e Outros usos do Solo (Afolu).
A partir de Cenários de Linha de base da Descarbonização, foram apontadas projeções socioeconômicas e um conjunto de opções de mitigação para Pernambuco. No Eixo Energia & Indústria o estudo desdobrou medidas para a ampliação da geração elétrica renovável; produção industrial de baixo carbono e para uma nova matriz de combustíveis, desenvolvimento da captura, transporte, utilização e armazenamento de CO2. No eixo Transportes foram propostas soluções para uma mobilidade urbana de baixo carbono, redução da pegada de carbono das atividades portuárias e de navegação, além da redução da pegada de carbono do transporte rodoviário de cargas e a transição para biocombustíveis nos transportes pesados.
“Estudos aqui apresentados mostram que modelos de produção existentes na economia podem ser mudados, do contrário, ela pode tomar rumos comprometedores se não pudermos evitar esse aumento na temperatura do planeta. E aqui em Pernambuco estamos dando a nossa contribuição, por meio da proposição de um modelo de desenvolvimento com foco na descarbonização da economia, que aposta em oportunidades e estimula a geração de empregos por setores, identificando os ganhos econômicos, além do adensamento de determinadas cadeias produtivas, a partir da mudança da matriz energética entre outros fatores”, ressaltou o gestor da Semas José Betotti.
Para o secretário de desenvolvimento econômico, Geraldo Júlio, o estado dá um passo importante para o cumprimento de pactos internacionais de combate às mudanças climáticas. “É mais um passo importantíssimo que Pernambuco dá e a gente tem procurado utilizar metodologias que são utilizadas internacionalmente sempre buscando trazer pra cá o que há de vanguarda, o que há de melhor para que a gente possa ter ações efetivas. E os problemas decorrentes do aquecimento global acontecem em uma escala cada vez maior e os acordo internacionais dependem da ação local, onde os municípios, regiões e estados têm um papel fundamental”, afirmou o gestor da Secretaria Estadual de Desenvolvimento.
Uma versão preliminar do Plano de Descarbonização da economia foi apresentado na COP 26, em Glasgow. Nesta reta final de acolhimento das sugestões públicas e finalização do documento, deverá ser apresentado no dia 16 de março, na Conferência Internacional de Resíduos Sólidos, sediada pelo Governo do estado e prefeitura do Recife, em parceria com mais de 22 instituições. Participaram da reunião do FPMC, mais de 80 organizações entre representações da sociedade civil, universidades, órgãos do poder público das esferas municipais, estaduais de federais, além do setor produtivo.