No debate, realizado por videoconferência, José Bertotti ressaltou a necessidade do governo central combater o desmatamento ilegal e investir em restauração florestal, agricultura de baixo carbono, precificação e regulação de mercado de carbono, além de trabalho voltado para uma transição energética.

 

O secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti, participou na manhã desta terça-feira (26), por videoconferência, de sessão extraordinária da Câmara dos Deputados, transformada em comissão geral, para discutir e propor ações e estratégias para o governo brasileiro apresentar na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26). O debate foi solicitado pelo deputado Sidney Leite (PSD-AM) e subscrito por parlamentares de diversos partidos que indicaram representantes para a tribuna, entre pesquisadores, coordenadores de organizações ambientais, do setor industrial, gestores, além de lideranças do campo político.

Na ocasião, Bertotti exaltou a oportunidade de discutir em plenário, de forma ampla, o importante papel do Brasil na COP do Clima, pois conforme o titular da Semas/PE, que também é membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o conselho não foi consultado sobre a proposta que o governo federal pretende levar à conferência do clima, a COP-26.

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas – IPCC da ONU, o aquecimento global está cada vez mais acelerado e não existe mais espaço para protelar ações necessárias para reverter esse quadro. “Para que o Brasil possa avançar na sua agenda climática é necessário que se apresente uma proposta consistente que considere três pontos: planejamento, financiamento e inovação tecnológica. É necessário que todos os níveis de governo tenham instrumentos de planejamento tanto consistentes quanto articulados e a governança deve ser pensada dentro de uma leitura federativa. Precisamos de metas e objetivos claros”, ressaltou Bertotti.

De acordo com o titular da Semas, não basta o governo central dizer que vai reduzir o nível de emissões de gases poluentes, é preciso dizer como. “ As mudanças só serão efetivadas se as ações forem baseadas em: desmatamento zero, restauração florestal, agricultura de baixo carbono, precificação e regulação de mercado de carbono, além de trabalho voltado para uma transição energética. Tudo isso dentro de parâmetros de inclusão social e geração de empregos. Não adianta apenas o governo federal dizer que vai diminuir as emissões, é preciso dizer como”, destacou.

O debate, solicitado pelo deputado Sidney Leite (PSD-AM), ocorreu de forma híbrida, tanto no Plenário Ulysses Guimarães, da Câmara dos Deputados, em Brasília, como por videoconferência. Na abertura da sessão, o deputado leu uma carta encaminhada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, saudando a iniciativa do debate e a necessidade de ações para se combater a emergência climática.

COP do Clima
A COP 26 será realizada em Glasgow, na Escócia, de 1º a 12 de novembro de 2021, tendo entre seus objetivos discutir a implementação do Acordo de Paris, considerado um dos mais importantes compromissos multilaterais para a redução de emissão de gases de efeito estufa.

Um dos macrotemas da participação brasileira será “Clima e Florestas”. De acordo com o proponente do debate deputado Sidney Leite “A Floresta Amazônica representa um terço das florestas tropicais do mundo. A floresta influencia diretamente no regime de chuvas na região, contribui para a estabilização do clima global e ainda abriga a maior biodiversidade do planeta